A Austrália
apresentou neste sábado (21) um plano de conservação de 35 anos para a
Grande Barreira de Corais, patrimônio mundial cuja proteção é uma
prioridade, segundo o premiê australiano. A ação do premiê é uma
resposta à advertência da Unesco de inseri-la na lista de locais
ameaçados.
O plano de proteção a longo prazo desta grande atração no litoral do
estado de Queensland, no nordeste do país, proíbe de forma total e
definitiva qualquer lançamento de rejeitos de dragagem. A Austrália
também fixa metas para a melhora da qualidade da água e de proteção da
vida marinha.
A Unesco manifestou sua preocupação em 2013, devido às ameaças
crescentes que expunham o maior recife de corais do mundo, inscrito em
1981 em sua lista de Patrimônio da Humanidade.
A organização da ONU ameaçou colocá-la na lista do patrimônio natural
em perigo, mas deu a Canberra tempo para apresentar um informe sobre
como vai proteger o local.
A Grande Barreira de Corais, com extensão de 345.000 km2, tem 3.000 recifes diferentes e mil ilhas tropicais.
Mas o local sofre com os efeitos do aquecimento global, a proliferação
de uma estrela do mar que devora o coral, a pesca, os lançamentos
maciços de nitratos e pesticidas resultantes das explorações agrícolas e
o desenvolvimento industrial na costa, devido ao auge da mineração.
Pesquisadores australianos constataram em fevereiro que os corais da
Grande Barreira ingerem restos da grande quantidade de plásticos que
contaminam o Pacífico "em um ritmo apenas inferior ao que o plâncton
costuma consumir".
O premiê australiano, Tony Abbott, assegurou que a preservação a
barreira era a prioridade de seu governo conservador e que o "Plano 2050
de sustentabilidade a longo prazo" respondia a todas as preocupações da
comunidade internacional.
"É um tema sobre o qual, no mais alto nível, a Austrália diz a seus
parceiros estrangeiros [...] que toda a nação esteja plenamente
comprometida na proteção da Grande Barreira de Corais", disse Abbott à
imprensa em Queensland.
O ministro do Meio Ambiente, Greg Hunt, explicou que o objetivo do
plano era ter, em cada década, "uma melhor qualidade da água com
objetivos ambiciosos, como uma redução de 50% da presença de nitrogênio
para 2018 e do 80% para 2025".
Os lançamentos de pesticidas em zonas prioritárias devem cair para
menos de 60% antes de 2018 e as populações de tartarugas do mar,
golfinhos e peixes-boi têm que se manter estáveis ou inclusive aumentar
até 2020.
O ministro do Meio Ambiente de Queensland, Steven Miles, acrescentou
que o plano respondia à maior ameaça a médio prazo sobre a barreira de
corais, a dos lançamentos de sedimentos, adubo e pesticidas, e que
obrigava seu estado a limitar a extensão portuária a quatro locais.
"Acho que com isto podemos convencer a comissão do patrimônio de que só
não devem colocar a Grande Barreira de Corais na lista de sites
ameaçados, mas também de que vamos impedir efetivamente que o site
esteja ameaçado", disse Miles.
Mas o grupo de defesa do meio ambiente WWF-Austrália declarou que o
plano, embora inclua boas medidas como o desbloqueio de 100 milhões de
dólares australianos (US$ 78 milhões) adicionais para a Grande Barreira,
não bastaria para conter a deterioração do local.
"A sobrevivência de longo prazo da Grande Barreira depende de uma ação
coletiva da comunidade internacional, a Austrália incluída, para reduzir
os gases de efeito estufa", declarou seu diretor executivo Dermot
O'Gorman.
O Greenpeace lamentou, por sua vez, que o plano permita que continue a
extração de carvão em Queensland e a expansão dos portos no litoral.
FONTE:G1.COM
sábado, 21 de março de 2015
Austrália apresenta plano de conservação da Grande Barreira de Corais
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