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domingo, 29 de março de 2015

Ibama apreende mais de mil animais marinhos em cinco estados e no DF



O Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, acaba de fazer uma grande operação em cinco estados e no Distrito Federal. O Fantástico acompanhou e revela agora o caminho da venda ilegal de animais marinhos que vivem na costa brasileira.


Em Cabo Frio, no litoral do Rio de Janeiro, foram apreendidos 100 peixes da espécie gramma brasiliensis. Um peixe que até o fim do ano passado estava na lista dos animais ameaçados de extinção, e que ainda tem a venda proibida.


“Essa captura indiscriminada acaba influindo na cadeia ecológica dessas espécies”, diz o analista ambiental do Ibama, Vinicius de Oliveira.


Lojas foram autuadas em todo o Brasil, e os agentes do Ibama recolheram 1.033 animais. Tudo começou no Aeroporto Internacional do Rio, no setor de cargas de uma das companhias aéreas.


No total, 547 peixes ornamentais foram enviados da Bahia para lá, onde seriam retirados pela empresa carioca Ocean King Ltda. Um representante da empresa chegou a vir até o aeroporto, mas o voo atrasou e ele desistiu de esperar. A carga ficou abandonada e sem oxigênio, os peixes morreram.


O Ibama foi chamado. A empresa que enviou os peixes e a que deveria ter recolhido a carga foram autuadas por maus tratos aos animais. A Ocean King foi fechada. Nós tentamos ouvir os donos por telefone, mas não achamos ninguém. Segundo os agentes do Ibama, o remetente ainda usou informação falsa na nota fiscal. A nota dizia que um dos peixes transportados era o antennarius striatus, espécie permitida para comercialização, mas o peixe enviado ao Rio de Janeiro era outro, o antennarius multiocellatus, conhecido como peixe sapo, que tem venda proibida.


Foi rastreando as encomendas da empresa baiana, a Aquailha, que o Ibama chegou às lojas que acabaram fechadas na operação. Os peixes saíam da Ilha de Itaparica, perto de Salvador, uma região cercada por recifes. Valdimir Souza, dono da Aquailha, é conhecido dos pescadores de Itaparica.


Os agentes vieram até uma loja de Valdimir em Salvador, na cidade baixa. Uma loja que vende peixes ornamentais, mas que não existe nos cadastros do Ibama. A loja é um depósito onde os peixes ficam em aquários muito sujos. Valdimir já tinha sido autuado em junho do ano passado.


Porque você estava com espécimes que não podiam ser vendidas?


Valdimir: Exato.


“Essa espécie aqui, por exemplo, chega a custar em torno de R$ 300 a R$ 400 reais em pet shops, tanto no Rio como em São Paulo”, explica o coordenador da operação, Leonardo Tomás.


Pela remessa dos peixes que morreram no aeroporto do Rio, os agentes do Ibama aplicaram a Valdimir uma multa de mais de R$ 900 mil e embargaram a empresa Aquailha.


A internet também é usada no comércio ilegal de peixes. Em São Paulo um fiscal do Ibama se diz interessado em peixes anunciados em um site.


Fiscal: Eu vi o anúncio de vocês no site, eu queria dar uma olhadinha nos peixes.


Voz: Pode ir lá que ele tá lá.


O Ibama tinha recebido denúncias de irregularidades naquela empresa. Nossos repórteres entram com os fiscais no depósito de peixes.


Fiscal: Como é seu nome?


Jorge: Jorge.


Fiscal: Tudo bem, Jorge? Vamos dar uma olhada no que você tem aí, esse comércio que você faz pela internet.


Os fiscais encontraram peixes que não podem ser comercializados, como o gramma brasiliensis.


Jorge diz que o comprou de uma pessoa que se desfez de um aquário.


Jorge: Esse gramma veio de um desmonte, não sei te afirmar, mas provavelmente é um brasiliensis.


Fiscal: O que você tem de ilegal aqui?


Jorge: Ilegal? Ele. A estrela. O ouriço.  


O jornalista Arthur Guimarães se apresenta como produtor da TV Globo e pede uma entrevista:


Arthur: Posso te fazer umas perguntas específicas?


Jorge de Assunção, vendedor de peixes: Pode.


E pergunta se ele compra peixes de Valdimir, o fornecedor da Bahia.


Jorge: No início, eu comprei.


Arthur: A estrela vem de onde?


Jorge: Fornecedor. Passa uma vez por mês e vende pra gente.


Arthur: Com nota?


Jorge: Não.


Os fiscais do Ibama decidem levar os bichos proibidos.


Fiscal: Você vai acondicionar esses peixes pra que a gente possa levar.


Nesse momento o comerciante começa a reagir com violência.


Jorge: Agora eu estou ficando nervoso. Eu não quero ser preso, eu estou ficando nervoso. Estou perdendo a paciência, já estou nervoso.


Ele grita para a equipe de reportagem.


Jorge: Fora da minha casa. Eu tenho direito, fora da minha casa.


A equipe sai, mas o cinegrafista é agredido no corredor da saída.


Jorge ameaça: "Eu vou fazer uma merda, agora que eu vou querer ser preso! Sai daqui. Sai daqui".


Já na rua, as agressões continuam. O filho do comerciante dá mais um tapa na lente da câmera e o próprio fiscal do Ibama tenta acalmar o dono da empresa.


Fiscal: Jorge, isso é agressão, Jorge! Para com isso! Você está agredindo. Mas é lógico, você que veio agredir ele no lado de cá, Jorge.




Saldo da confusão: 23 peixes, entre eles o grama brasileiro, estrelas do mar e ouriços resgatados pelo Ibama, além de uma multa de cerca de R$ 11 mil. Eles terão o mesmo destino dos bichos apreendidos nos outros estados.


Em uma embarcação da Capitânia dos Portos, a equipe do Fantástico acompanha a soltura dos peixes. Dos aquários eles vão agora para uma região de recifes na Baía de Todos os Santos. Estão voltando pra casa, uma área bem maior para explorar.


Veja o vídeo da reportagem aqui: http://glo.bo/1Icq676


Fonte: G1.COM

sábado, 21 de março de 2015

Austrália apresenta plano de conservação da Grande Barreira de Corais

A Austrália apresentou neste sábado (21) um plano de conservação de 35 anos para a Grande Barreira de Corais, patrimônio mundial cuja proteção é uma prioridade, segundo o premiê australiano. A ação do premiê é uma resposta à advertência da Unesco de inseri-la na lista de locais ameaçados.
O plano de proteção a longo prazo desta grande atração no litoral do estado de Queensland, no nordeste do país, proíbe de forma total e definitiva qualquer lançamento de rejeitos de dragagem. A Austrália também fixa metas para a melhora da qualidade da água e de proteção da vida marinha.


A Unesco manifestou sua preocupação em 2013, devido às ameaças crescentes que expunham o maior recife de corais do mundo, inscrito em 1981 em sua lista de Patrimônio da Humanidade.
A organização da ONU ameaçou colocá-la na lista do patrimônio natural em perigo, mas deu a Canberra tempo para apresentar um informe sobre como vai proteger o local.
A Grande Barreira de Corais, com extensão de 345.000 km2, tem 3.000 recifes diferentes e mil ilhas tropicais.
Mas o local sofre com os efeitos do aquecimento global, a proliferação de uma estrela do mar que devora o coral, a pesca, os lançamentos maciços de nitratos e pesticidas resultantes das explorações agrícolas e o desenvolvimento industrial na costa, devido ao auge da mineração.
Pesquisadores australianos constataram em fevereiro que os corais da Grande Barreira ingerem restos da grande quantidade de plásticos que contaminam o Pacífico "em um ritmo apenas inferior ao que o plâncton costuma consumir".
 O premiê australiano, Tony Abbott, assegurou que a preservação a barreira era a prioridade de seu governo conservador e que o "Plano 2050 de sustentabilidade a longo prazo" respondia a todas as preocupações da comunidade internacional.
"É um tema sobre o qual, no mais alto nível, a Austrália diz a seus parceiros estrangeiros [...] que toda a nação esteja plenamente comprometida na proteção da Grande Barreira de Corais", disse Abbott à imprensa em Queensland.
O ministro do Meio Ambiente, Greg Hunt, explicou que o objetivo do plano era ter, em cada década, "uma melhor qualidade da água com objetivos ambiciosos, como uma redução de 50% da presença de nitrogênio para 2018 e do 80% para 2025".
Os lançamentos de pesticidas em zonas prioritárias devem cair para menos de 60% antes de 2018 e as populações de tartarugas do mar, golfinhos e peixes-boi têm que se manter estáveis ou inclusive aumentar até 2020.



O ministro do Meio Ambiente de Queensland, Steven Miles, acrescentou que o plano respondia à maior ameaça a médio prazo sobre a barreira de corais, a dos lançamentos de sedimentos, adubo e pesticidas, e que obrigava seu estado a limitar a extensão portuária a quatro locais.
"Acho que com isto podemos convencer a comissão do patrimônio de que só não devem colocar a Grande Barreira de Corais na lista de sites ameaçados, mas também de que vamos impedir efetivamente que o site esteja ameaçado", disse Miles.
Mas o grupo de defesa do meio ambiente WWF-Austrália declarou que o plano, embora inclua boas medidas como o desbloqueio de 100 milhões de dólares australianos (US$ 78 milhões) adicionais para a Grande Barreira, não bastaria para conter a deterioração do local.
"A sobrevivência de longo prazo da Grande Barreira depende de uma ação coletiva da comunidade internacional, a Austrália incluída, para reduzir os gases de efeito estufa", declarou seu diretor executivo Dermot O'Gorman.
O Greenpeace lamentou, por sua vez, que o plano permita que continue a extração de carvão em Queensland e a expansão dos portos no litoral.

FONTE:G1.COM

Mamífero raro é redescoberto em montanhas da China

O cientista Weidong Li, do Instituto de Ecologia e Geografia Xinjiang, na China, descobriu por acaso uma nova espécie de mamífero em 1983: a pika-de-Ili (Ochotona iliensis). O pequeno animal, encontrado pela primeira vez na cordilheira Tian Shan, no noroeste da China, tem uma peculiar aparência de bichinho de pelúcia fofo.



Desde sua descoberta, foram raras as vezes em que o mamífero foi visto. Em 2014, durante uma expedição à cordilheira Tian Shan, o mesmo cientista que descobriu a espécie conseguiu registrar em foto uma rara aparição de um exemplar. A história do raro bichinho das montanhas e seu descobridor foi publicada na edição de março da revista "National Geographic China".
Weidong Li partiu para as monhanhas em 2014 com alguns voluntários justamente para procurar exemplares da pika-de-Ili, segundo a revista. O exemplar típico do mamífero mede cerca de 20 cm, tem orelhas grandes e pêlo acinzentado com manchas marrons.
Um artigo publicado na revista científica "Oryx" por Weidong em  2005 fala sobre o possível declínio do número de exemplares de pika-de-Ili nos locais onde o animal havia sido visto anteriormente.
Segundo o artigo, o aumento da temperatura devido ao aquecimento global pode ter contribuído para o "dramático declínio" da população da espécie. O autor recomendava que a espécie fosse classificada como ameaçada de extinção.

FONTE: G1.COM